3 Cds

 

Ligações Perigosas a cobrar

Manual de Instrução dos discos voadores

Ouça todos os três antes de ler

 





É o começo de tudo ou o fim. Ou um meio que eu encontrei de me lançar. Apesar de reclamar da solidão e de expor uma vontade de querer voltar a tocar em uma banda, "Quero voltar pra Aracaju", faixa-título do meu 1º Cd, também pode ser lida como “Quero voltar para Terra, para minhas origens, para dentro de mim”. É a volta da Asa Branca do seu exílio. Mas será que sou eu o cantor-personagem que deixa sua banda aqui em Sergipe para fazer “voz e violão” no sul do Brasil? Será o meu futuro? Se for, só sei que na volta “eu quero o cheiro da manhã da minha terra”. Fiz questão de gravar "Cheiro da Terra" porque acho meio bossa-nova essa bela música sergipana (do grupo Cataluzes), que “estourou” em Sergipe com a dupla Chiko Queiroga e Antônio Rogério. – Ah, que droga! Poderia ter colocado Aruana em vez de Atalaia, por ser onde atualmente resido. Uma música sergipana estourar em Sergipe é muito complicado, talvez seja mais fácil estourar no país inteiro menos aqui. Porque os sergipanos, ao contrário dos baianos, não tem o bairrismo como uma de suas principais características. Em "País Tropical", além de expressar que “Sou Fluminense casado com uma nega que é um violão”, eu poderia ter cantado “No mês de junho, tem São João”.  Mas quem sabe faço ao vivo. "Sergipe não cabe em si", minha singela homenagem ao Estado, é dialética. Tanto pode ser um jingle de um insensível, como uma carta de amor infantil. Ela faz uma ponte entre o “País Tropicalista”, do Ben, e o “País do Forró”, do grande artista sergipano Rogério, talvez o que teve maior projeção com esse peso, já que apareceu até na Xuxa. Talvez seja Calcinha Preta a maior expressão artística de Sergipe, mas ela é mercadológica e não vem com a herança de ser uma “artista da terra”. Coincidentemente encontrei com o autor de “Sergipe é o país do forró” nas gravações das “matérias-primas” dos álbuns no Estúdio Capitania do Som. Fiquei muito contente com a comparação que ele fez da minha obra com a dos Mamonas Assassinas. Entre “País Tropical”, em que no fim eu grito “Que país é esse?”, e “Sergipe não cabe em si”, cito: “Sergipe, ame-o ou deixe-o” e “Ser-gipe ou não ser” – flertes com Sheakspeare e o slogan do Brasil nos anos 70. Isso porque às vezes os artistas sergipanos têm que jurar pela sua salvação que amam o Estado ou determinado partido político sob pena de não mais tocarem em “circos” para o povo que come o “pão” que o diabo amassou. "Yesterday" é o exílio, “London, London”, a guerra do vietnã, “Sunday, Bloody Sunday”, U2, Os Incríveis, a música de protesto e a música alienante. "A raposa e as uvas" é a quebra do gelo. O namoro na Guerra Fria. A pílula na Ditadura Militar. "Esquecer você" é um “CtrlC+CtrlV” musical do Offspring, que fizeram isso com os “reis do iê-iê-iê” (ouça “Obla-di-obla-da” e “My friend got a job”). Também tem uma certa ligação com a Calcinha Preta, porque é uma tradução de música internacional vertida para o forró; e com Tom Zé e a estética do plágio. A diferença é que o som do meu zabumba é o de um coração, enquanto que o da Calcinha é o de um “sintetiza-dor”. Mas eu amo você, amo meu público que me ama quando eu canto, especialmente nas tardes de sábado do Cotinguiba. “Sábado” de José Augusto? Pode até ser, mas deixa pro futuro. No presente eu gravei "Programa de fim de semana", de Bruno & Marrone, para não ficar fora da agenda cultural. Não podia faltar uma do "Garoto de Aluguel", que vende sua alma para quem pagar mais e toca todo ano no Forró-Caju. Baby "Isadora" é a primeira neta de meu pai e minha mãe e a primeira neta também do pai (in memorian) e da mãe do meu cunhado, casado com minha irmã, obviamente. Achei isso tão interessante que compus essa música e fiz questão de colocá-la no meu primeiro Cd, também pelo meu desejo primário de ter uma filha. "Morena Tropicana" entrou por ser um sucesso maior do que “Solidão”. Mas depois eu atentei para o fato dela se ligar com "Isadora" por minha sobrinha ser morena e ser Mangueira: “Da manga rosa eu quero o gosto e o sumo”. "Infinita Highway" remete às curvas das estrada e chama atenção para o fato de que são demais os perigos dessa vida azul, que eu não posso definir. "Vale do Cotinguiba" exalta a história do primeiro clube de esporte e lazer de Sergipe, minha Escola de Samba, Futebol e “outras coisinhas mais”. "Luzes da Ribalta", para homenagear Charles Chaplin, Mamonas Assassinas, a Bossa Nova, o Trio Irakitan e para acabar com esse negócio de você viver sem mim.


 











https://youtu.be/3gzHqXr8QbY


"Foram só três meses e umas quinze vezes" (ver “Resolução do problema de Matemática Avançada” lá embaixo, no rodapé da última lauda, da última folha) é ligada com "Não chore mais" e "Como uma onda" à la Pink Floyd. Ou pelo menos eu acho isso. "Logo à noite", pode ser uma impressão minha, lembra uma música da Xuxa (segunda vez que eu cito ela)... talvez por isso tenha ficado tão maravilhosa. "Eu sei que vou te amar" é a continuação de "Logo à noite", que é quando vem o dia, o “café da manhã” e o “cotidiano” de sempre. "O tempo não pára" dispara contra o sol. É a separação. O ódio de um cara só, sem namoradas... Há ligação com as metralhadoras de “Yesterday” e ódio do trecho final de “que País Tropical é esse”? (1º álbum). Subliminarmente há uma discussão sobre a arte e sobre a alienação das pessoas que vão para shows por modismo e diz que gostaram por obrigação. Sobre o “ficar” e os “beijos vazios”. Sobre o Asa de águia e o Oasis. Pelo menos é isso o que eu vejo em minha miragem ou viagem. O que precisamos é de paciência: "Só de um tempo". Mas, Axl, você não acha que seus fãs já esperaram demais por “Chinese Democracy”, o eterno próximo álbum dos Guns and Roses? Depois de tanto tempo (é só contar quantas vezes a música “Só de um tempo” repete a palavra “tempo”), volto para dizer que "Eu te amo, te amo, te amo". É o rei ou o louco de volta pra Aracaju ou de volta para si, falando da sua ou da "Minha História". Muitos ainda esperam por Jesus Cristo, sendo ele filho da santa ou da outra. Eu passei nove meses "Esperando por Hugo" para conhecê-lo, mas apesar de minha barriga ter crescido pelos chopes que eu bebi, ele nasceu da mãe mesmo. Nesse álbum, como um todo, há um jogo de sonoridade, de silêncio e barulho, voz grave e aguda, calma e histérica. Um exemplo é que “Esperando...” começa em no canal "Left" e "Procissão" começa em "Right". “Procissão” fala também sobre a espera da sombra de um homem forte com uma arma na mão: "El Justiciero", pacato cidadão ou Lampião, que se arvora a ser Deus e promete tanta coisa pro sertão. De banana a Bolsa Família. "Eu ando tão carente" fala sobre os sonhos perdidos. É uma fusão no céu anil do meu Brasil de Beatles, Nirvana, Led Zeppelin e Asas Morenas, voando em alto volume até você. E pode isso?! Claro que sim. Ou alguém duvida ainda que eu seja um “extra-artista-terrestre, punk pós-tropicalista, com tendências para o brega e com defeito de fabricação”? "Depois de algum tempo" fala também sobre o tempo e sobre a auto-ajuda. Será que existe alguma semelhança entre Borba de Paula e Thom Yorke? Eu acho que sim e provo. Mas será que alguém aprovará? Qualquer que seja a resposta eu pedirei a Lua ou a Polícia do Karma para trazer você de volta pra mim.


 





















"Por causa de uma revista" não é autobiográfica para início de conversa. Mas um dia eu possa até dizer que é, se eu estiver carente, querendo chamar atenção por não saber "Onde estará o meu amor". Seja onde for, eu "Vou tirar você desse lugar" e não me interessa o que os outros vão falar. "Pobre de mim", acreditei em você, me arrependi e chorei. Mas não chore, apesar de você ter vendido minha alma ao diabo e ter comprado um apartamento e um carro com o troco, "Tu és o MDC da minha vida". Por isso é que de agora em diante eu vou gritar pelo cinco mil alto falantes que essa menina é "Cheia de manias" e tem a arrogância como "Hobby Natural". Ninguém presta neste mundo ou sou eu um "Rebelde sem causa"? Será que "A vida não presta" porque meus dois pais me querem muito bem? Sabia que a operação mais barata é a de retirar as amígdalas e custa em torno de "R$ 1.800,00"? Eu não pensava nisso quando eu pensava em você. Sabe por que eu "Odeio você", minha "Malandrinha"? Eu vou dizer... "Porque eu to doidão". Vacilei! Talvez no futuro eu recorde “Aquilo que era mulher, pra não me acordar cedo saia da cama na ponta do pé...” ou “Amélia que era mulher...” Por isso tudo ou por tudo isso, "Eu amo você" e não quero saber de ninguém nunca mais na minha vida.

 

Observação de Filosofia Pura

Era para ser somente dois... Desde o começo eu queria muito embora parecesse ser modesto. Mas terminou sendo três, assim como os três mosqueteiros, os três patetas, a Santíssima trindade, a terceira dimensão...

Resolução do problema de Matemática Avançada

Mais do que dividir, gosto de multiplicar 2 (era para ser) x3 (é o que há)=6 horas/Ave-Maria. 21/12/2007=2+1+1+2+2+0+0+7=15 (minutos de fama)= 1(eu) +5 (dedos para tocar)=6/cordas. Alegria é a prova dos nove! 6+6=12 (ou 21, ao contrário). Noves fora-m só três discos voadores.


"Extra-artista-terrestre, punk pós-tropicalista, com tendências para o brega e com defeito de fabricação”.

“Extra-artista-terrestre” é um artista que não é da “terra”.  Na verdade, eu sou um caranguejo-mutante do planeta-cajueiro dos Papagaios das Asas Douradas. Só que não preciso colocar o folclore sergipano a pulso na minha música; deixo que isso venha naturalmente como minhas outras influências. “Punk” pelo lema “Do it yourself” e eu faço mesmo! “Pós-Tropicalista” porque  gosto de misturar os sons, sou eclético e não tenho preconceitos musicais.Ou pelo menos acho que não tenho. Eu sei o que é bom pra mim. Não é a classe artística dominante, nem o sistema que vai me dizer isso. “Com tendências para o brega”?! Não me pergunte isso porque eu só sei que nada sei. “Com defeito de fabricação”? Porque sou “Made in Brazil”. 

(12/12/2007)